sexta-feira, 28 de maio de 2010

Síndrome de Parsonage-Turner

A síndrome de Parsonage-Turner, também conhecida como neuralgia amiotrófica da cintura escapular ou neurite braquial(1,2), é uma neurite aguda que afeta o plexo braquial e/ou nervos isolados ou ramo de nervos. A sua etiologia é desconhecida, todavia, considera-se que um mecanismo inflamatório mediado imunologicamente contra as fibras nervosas do plexo braquial seja o responsável(3). Alguns autores associam sua origem a infecções causadas por vírus, havendo relatos secundários a viroses por Parvovírus B19(4-7), vírus de Esptein-Barr(8), herpes vírus(9), citomegalovírus(10, 11) e também pelo vírus HIV(12, 13).
A primeira descrição desta entidade deu-se em 1897 por Feinberg(14), seguida por diversos outros relatos de caso, com destaque para Spillane(15), e por fim por Parsonage e Turner(1) os quais descreveram brilhantemente a síndrome que leva seus nomes.
Clinicamente apresenta-se na maioria dos casos como um episódio de dor intensa aguda acompanhada na evolução por fraqueza muscular, atrofia ou ambos além de envolvimento sensorial, sobretudo da musculatura do ombro(16, 17). O prognóstico, em sua maioria, é favorável. No período de um ano ocorre a recuperação de aproximadamente 1/3 dos pacientes e em três anos os dados aproximam-se dos 90%. Em dois anos o risco de incapacidade funcional é da ordem de 20% e a chance de recorrência da síndrome chega a até 5%(18).
A sua prevalência aproxima-se de 1,6:100 mil habitantes(19), com predomínio de acometimento entre a terceira e sétimas décadas de vida e com destaque de acometimento no sexo masculino numa proporção variável entre 2:1 até 11:1(2, 3, 16, 20).
Em decorrência de existirem somente dois relatos de caso na literatura mundial(12,13), considerando-se como fonte de pesquisa o Medline/Pubmed, e por se tratar de uma condição extremamente incomum, provavelmente a primeira constatada no Brasil, e de difícil reconhecimento na prática clínica diária, descrevemos um caso de síndrome de Parsonage-Turner associada à soropositividade por HIV.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

TENDINITE CALCÁRIA DO OMBRO

TENDINITE CALCÁRIA DO OMBRO


O ombro é a articulação mais freqüentemente atingida por depósito de sais de cálcio do organismo, principalmente em seu grupo de tendões. Esta doença , muito comum em consultórios de ortopedia geral atinge pessoas de meia idade, ( 30 a 50 anos), mulheres mais que homens , sem relação com trabalho braçal , traumatismo ou problemas reumáticos. Pessoas sedentárias e que exercem serviços leves são acometidas .
O cálcio deposita-se em uma área do tendão preveamente alterada, onde uma tentativa de cicatrização promove impregnação deste material, gerando inflamação, espessamento e dor crônica ou aguda. Reagindo ao processo, o organismo tenta reabsorve-lo, gerando as fases da doença. A dor aguda relaciona-se a fase de quebra da calcificação, onde seu conteúdo é liberado para a bolsa adjascente, surgindo a conhecida bursite , muitas vezes incapacitante, necessitando muitas vezes de atendimento de emergência em pronto-socorro.
O diagnóstico é simples, apenas um exame radiológico bem realizado em posições de rotação do ombro localiza o depósito, orientando a conduta de tratamento adequada.
Durante a fase de reabsorção, relacionada a dor mais forte, a calcificação apresesnta-se irregular, limites pouco definidos, onde os métodos conservadores de combate a dor ( gelo local, antiinflamatórios e fisioterapia) apresentam resultados, sendo indicada infiltração e aspiração do local com soro fisiológico e anestésicos locais para casos resistentes, com o objetivo de diminuir a pressão na bolsa inflamada e reduzir a dor. Como regra, os pacientes que experimentam a crise aguda evoluem bem, com reabsorção importante do cálcio e remissão dos sintomas em algumas semanas.
Os pacientes que não apresentam sinais de reabsorção e fracassam com os métodos conservadores, se beneficiam da descompressão cirúrgica do tendão atingido, fragmentação da calcificação e limpeza local, cirurgia aberta ou por artroscopia, método este realizado por incisões pequenas na pele ( portais), e visão direta através de uma câmera de vídeo sob visão direta da área, sendo necessário um eficiente suporte fisioterápico adjacente visando ganho de movimento e fortalecimento muscular do ombro.


O ombro é a articulação mais freqüentemente atingida por depósito de sais de cálcio do organismo, principalmente em seu grupo de tendões. Esta doença , muito comum em consultórios de ortopedia geral atinge pessoas de meia idade, ( 30 a 50 anos), mulheres mais que homens , sem relação com trabalho braçal , traumatismo ou problemas reumáticos. Pessoas sedentárias e que exercem serviços leves são acometidas .
O cálcio deposita-se em uma área do tendão preveamente alterada, onde uma tentativa de cicatrização promove impregnação deste material, gerando inflamação, espessamento e dor crônica ou aguda. Reagindo ao processo, o organismo tenta reabsorve-lo, gerando as fases da doença. A dor aguda relaciona-se a fase de quebra da calcificação, onde seu conteúdo é liberado para a bolsa adjascente, surgindo a conhecida bursite , muitas vezes incapacitante, necessitando muitas vezes de atendimento de emergência em pronto-socorro.
O diagnóstico é simples, apenas um exame radiológico bem realizado em posições de rotação do ombro localiza o depósito, orientando a conduta de tratamento adequada.
Durante a fase de reabsorção, relacionada a dor mais forte, a calcificação apresesnta-se irregular, limites pouco definidos, onde os métodos conservadores de combate a dor ( gelo local, antiinflamatórios e fisioterapia) apresentam resultados, sendo indicada infiltração e aspiração do local com soro fisiológico e anestésicos locais para casos resistentes, com o objetivo de diminuir a pressão na bolsa inflamada e reduzir a dor. Como regra, os pacientes que experimentam a crise aguda evoluem bem, com reabsorção importante do cálcio e remissão dos sintomas em algumas semanas.
Os pacientes que não apresentam sinais de reabsorção e fracassam com os métodos conservadores, se beneficiam da descompressão cirúrgica do tendão atingido, fragmentação da calcificação e limpeza local, cirurgia aberta ou por artroscopia, método este realizado por incisões pequenas na pele ( portais), e visão direta através de uma câmera de vídeo sob visão direta da área, sendo necessário um eficiente suporte fisioterápico adjacente visando ganho de movimento e fortalecimento muscular do ombro.

PATOLOGIAS DO OMBRO

PATOLOGIAS DO OMBRO


Dor na articulação do ombro é uma queixa freqüente no consultório ortopédico, chegando a terceiro lugar em certas regiões brasileiras. O fato de ser uma articulação cuja estabilidade é dependente de muitos fatores, ósseos e ligamentares, expõe esta área a várias patologias, resultado de falha de um dos componentes estabilizadores, gerando desequilíbrio e clínica , muitas vezes incapacitante.
A Síndrome do Impacto é a rotina do cirurgião de ombro , bursite e tendinite para os leigos, causada por atividades acima de noventa graus do membro superior, associada a redução do espaço subacromial (acrômio curvo, esporões ósseos, depósito de cálcio na substância tendinosa, desequilíbrio muscular, frouxidão capsular gerando subluxações em direção superior da cabeça umeral, esportes cuja posição de elevação e rotação externa são freqüentes).
O manguito rotador (grupo de tendões que movimentam o ombro) pode sofrer rotura, parcial ou total, traumática ou degenerativa, gerando perda de força, dor noturna e incapacidade funcional. O bom exame físico diferencia os casos, indicando o tratamento adequado, cuja maioria responde ao tratamento conservador, sendo cirúrgico os casos resistentes e as lesões traumáticas completas em pacientes ativos e relativamente jovens.
Luxação glenoumeral é rotina em atendimento de emergência, sendo uma das poucas patologias que, com idade mais avançada (acima de 40 anos), evoluem bem com reabilitação, raramente tornando-se recidivante e de tratamento cirúrgico (comum em adolescentes e adultos jovens).
Com a moderna medicina surge o tratamento artroscópico do ombro, cujas vantagens relacionadas a reabilitação precoce, menor risco de infecção e preservação do músculo deltóide são inquestionáveis, exigindo uma curva de aprendizado lenta e difícil, mas gratificante com o domínio da técnica e verificação dos bons resultados, quando bem indicada e realizada.
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Dor na articulação do ombro é uma queixa freqüente no consultório ortopédico, chegando a terceiro lugar em certas regiões brasileiras. O fato de ser uma articulação cuja estabilidade é dependente de muitos fatores, ósseos e ligamentares, expõe esta área a várias patologias, resultado de falha de um dos componentes estabilizadores, gerando desequilíbrio e clínica , muitas vezes incapacitante.
A Síndrome do Impacto é a rotina do cirurgião de ombro , bursite e tendinite para os leigos, causada por atividades acima de noventa graus do membro superior, associada a redução do espaço subacromial (acrômio curvo, esporões ósseos, depósito de cálcio na substância tendinosa, desequilíbrio muscular, frouxidão capsular gerando subluxações em direção superior da cabeça umeral, esportes cuja posição de elevação e rotação externa são freqüentes).
O manguito rotador (grupo de tendões que movimentam o ombro) pode sofrer rotura, parcial ou total, traumática ou degenerativa, gerando perda de força, dor noturna e incapacidade funcional. O bom exame físico diferencia os casos, indicando o tratamento adequado, cuja maioria responde ao tratamento conservador, sendo cirúrgico os casos resistentes e as lesões traumáticas completas em pacientes ativos e relativamente jovens.
Luxação glenoumeral é rotina em atendimento de emergência, sendo uma das poucas patologias que, com idade mais avançada (acima de 40 anos), evoluem bem com reabilitação, raramente tornando-se recidivante e de tratamento cirúrgico (comum em adolescentes e adultos jovens).
Com a moderna medicina surge o tratamento artroscópico do ombro, cujas vantagens relacionadas a reabilitação precoce, menor risco de infecção e preservação do músculo deltóide são inquestionáveis, exigindo uma curva de aprendizado lenta e difícil, mas gratificante com o domínio da técnica e verificação dos bons resultados, quando bem indicada e realizada.
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OMBRO CONGELADO

OMBRO CONGELADO



Ombro congelado ( capsulite adesiva) traduz um processo de perda de movimento da articulação progressivo, associado ou não a um evento traumático ou uma doença articular já existente, mais comum em pessoas entre 40 e 60 anos, sendo o lado dominante e o sexo feminino mais atingidos, também relacionado a condições clínicas como diabetes, doença cardíaca e pulmonar, epilepsia, alterações da tireóide, hérnia de disco cervical e alterações emocionais como depressão e síndrome do pânico.
A manifestação da doença divide-se em uma fase dolorosa ( dor inespecífica noturna), uma fase de rigidez (congelamento –perda de movimento evidente), e uma fase de resolução ( descongelamento- retorno gradual da função).Os exames de imagem e laboratoriais podem ser normais, podendo levar de 8 a 24 meses as apresentações acima citadas.
O tratamento resume-se a correta identificação do ombro congelado e sua fase de manifestação no momento da consulta, medicações analgésicas e antiinflamatórias, suporte psicológico se quadro emocional estiver associado, combate a rigidez através de alongamentos fisioterápicos e domiciliares, como também bloqueios anestésicos do nervo supraescapular que fornece sensibilidade a articulação inflamada.
Pacientes sem melhora clínica entre 6 e 8 meses de tratamento, são candidatos a cirurgia para liberação dos movimentos, indicação rara na maioria dos casos.



Dr Paulo Kantovitz
( ortopedia/traumatologia/cirurgia de ombro)




Ombro congelado ( capsulite adesiva) traduz um processo de perda de movimento da articulação progressivo, associado ou não a um evento traumático ou uma doença articular já existente, mais comum em pessoas entre 40 e 60 anos, sendo o lado dominante e o sexo feminino mais atingidos, também relacionado a condições clínicas como diabetes, doença cardíaca e pulmonar, epilepsia, alterações da tireóide, hérnia de disco cervical e alterações emocionais como depressão e síndrome do pânico.
A manifestação da doença divide-se em uma fase dolorosa ( dor inespecífica noturna), uma fase de rigidez (congelamento –perda de movimento evidente), e uma fase de resolução ( descongelamento- retorno gradual da função).Os exames de imagem e laboratoriais podem ser normais, podendo levar de 8 a 24 meses as apresentações acima citadas.
O tratamento resume-se a correta identificação do ombro congelado e sua fase de manifestação no momento da consulta, medicações analgésicas e antiinflamatórias, suporte psicológico se quadro emocional estiver associado, combate a rigidez através de alongamentos fisioterápicos e domiciliares, como também bloqueios anestésicos do nervo supraescapular que fornece sensibilidade a articulação inflamada.
Pacientes sem melhora clínica entre 6 e 8 meses de tratamento, são candidatos a cirurgia para liberação dos movimentos, indicação rara na maioria dos casos.



Dr Paulo Kantovitz
( ortopedia/traumatologia/cirurgia de ombro)

LESÕES ORTOPÉDICAS NA PRÁTICA ESPORTIVA

LESÕES ORTOPÉDICAS NA PRÁTICA ESPORTIVA


A prática esportiva amadora é característica do homem moderno, tendo como objetivo a longevidade, a busca da estética almejada, combate ao estresse e controle de manifestações de várias doenças reumáticas e psicológicas . As lesões ocorrem na ausência de avaliação médica prévia, escolha de atividades acima do limite corporal permitido, repetições excessivas de movimentos articulares e displicência no preparo de grupos musculatures exigidos no esporte praticado.
O ombro é acometido por traumas diretos ( luxações, lesões na clavícula, roturas musculares e tendinosas ), traumas repetitivos ( atrito tendão/osso gerando tendinites, bursites e lesões progressivas) e desgastes articulares ( artrose clavicular no levantamento de peso).
A coluna lombar representa 5% das lesões gerais em atletas, sintomas gerados por mobilidade anormal e inflamações das articulações das vértebras, degenerações ou saliências discais ( hérnia de disco), alterações posturais prévias e encurtamentos tendinosos que sobrecarregam e causam contraturas em grupos musculares específicos, defeitos estruturais ou deslizamentos nas conexões intervertebrais ( espondilólise e espondilolistese) .
O joelho, como articulação de carga, é submetido a forças torcionais diretas ou indiretas, que podem levar a alterações funcionais, bloqueios e falseios articulares, impossibilitando algumas práticas esportivas. Os traumas diretos levam a roturas de ligamentos internos e externos da articulação, fragmentação da cartilagem ( tecido que envolve a superfície articular), fraturas e lesões dos meniscos ( cartilagens que distribuem a carga e estabilizam o joelho). O esforço repetitivo pode gerar tendinites, dores na rótula ( associadas a encurtamentos musculares), inflamações de cartilagens de crescimento e saliências ósseas dolorosas. Infecções articulares geradas por doenças sexualmente transmissíveis ( gonorréia) são comuns em adultos jovens, sendo pouco diagnosticadas em consultórios médicos.
As lesões musculares, morte súbita, uso de drogas ilícitas associadas ao esporte e diferenças estruturais entre homes e mulheres não devem ser esquecidas, além de um suporte alimentar adequado para o bom desempenho e prática de qualquer atividade esportiva escolhida.



PAULO KANTOVITZ
( ortopedia/ traumatologia)









A prática esportiva amadora é característica do homem moderno, tendo como objetivo a longevidade, a busca da estética almejada, combate ao estresse e controle de manifestações de várias doenças reumáticas e psicológicas . As lesões ocorrem na ausência de avaliação médica prévia, escolha de atividades acima do limite corporal permitido, repetições excessivas de movimentos articulares e displicência no preparo de grupos musculatures exigidos no esporte praticado.
O ombro é acometido por traumas diretos ( luxações, lesões na clavícula, roturas musculares e tendinosas ), traumas repetitivos ( atrito tendão/osso gerando tendinites, bursites e lesões progressivas) e desgastes articulares ( artrose clavicular no levantamento de peso).
A coluna lombar representa 5% das lesões gerais em atletas, sintomas gerados por mobilidade anormal e inflamações das articulações das vértebras, degenerações ou saliências discais ( hérnia de disco), alterações posturais prévias e encurtamentos tendinosos que sobrecarregam e causam contraturas em grupos musculares específicos, defeitos estruturais ou deslizamentos nas conexões intervertebrais ( espondilólise e espondilolistese) .
O joelho, como articulação de carga, é submetido a forças torcionais diretas ou indiretas, que podem levar a alterações funcionais, bloqueios e falseios articulares, impossibilitando algumas práticas esportivas. Os traumas diretos levam a roturas de ligamentos internos e externos da articulação, fragmentação da cartilagem ( tecido que envolve a superfície articular), fraturas e lesões dos meniscos ( cartilagens que distribuem a carga e estabilizam o joelho). O esforço repetitivo pode gerar tendinites, dores na rótula ( associadas a encurtamentos musculares), inflamações de cartilagens de crescimento e saliências ósseas dolorosas. Infecções articulares geradas por doenças sexualmente transmissíveis ( gonorréia) são comuns em adultos jovens, sendo pouco diagnosticadas em consultórios médicos.
As lesões musculares, morte súbita, uso de drogas ilícitas associadas ao esporte e diferenças estruturais entre homes e mulheres não devem ser esquecidas, além de um suporte alimentar adequado para o bom desempenho e prática de qualquer atividade esportiva escolhida.



PAULO KANTOVITZ
( ortopedia/ traumatologia)